terça-feira, 8 de novembro de 2011

A humildade em pessoa




















Vendo os vexames que meu time (São Paulo) me proporciona e também a arrogância do presidente que está hoje no cargo, Juvenal Juvêncio, me lembra de um episódio que aconteceu quando eu ainda estava na faculdade. Uma entrevista com o ex-presidente e infelizmente já falecido, Marcelo Portugal Gouvêa que aconteceu em 2008.


Estava no seu ano tinha um projeto chamado PIC (Projeto Integrado de Comunicação). O tema do meu grupo era RACISMO NO FUTEBOL. Entre as fontes que tivemos, estava Marcelo Portugal.


Na reunião de pauta, pensamos em falar do caso Grafite e Desábato. Quem não se lembra de que o argentino foi para cadeia após chamar Grafite de macaco? Então, Marcelo era presidente do São Paulo na época em que aconteceu isso.


Bruno Gonçalves, um dos integrantes do grupo, conseguiu o contato que nos colocaria frente a frente com Gouvêa.


No dia da entrevista estavam eu, Bruno Gonçalves e Diego Renan. Chegamos ao Morumbi e fomos levados a uma sala no qual entrevistaríamos nossa fonte. Esperamos cerca de 20 minutos, quando Gouvêa apareceu todo solicito.


Não vou me estender muito sobre a entrevista, mas há tempos eu queria escrever esse post e falar da pessoa simples e humilde que foi Marcelo Portugal Gouvêa, pelo menos naquele dia.


Para ter uma ideia, no meio da entrevista creio que a Rádio Jovem Pan ligou para ele, pedindo uma entrevista a um programa de esportes. Sabe qual foi sua resposta dele? “No momento não posso, pois estou participando de uma entrevista com alunos”.


Um puta cara humilde, que não tinha obrigação de nos atender. Até porque quando se trata de estudantes, essas pessoas “menosprezam”. Que diria Marcelinho Carioca que desligava o celular na cara do Diego quando ele falava que era estudante e estava fazendo uma matéria para o TCC. Ou então, o Vampeta que marcou com o nosso grupo e quando dois dos integrantes foram no CT do Nacional, que fica na Barra Funda, simplesmente não estava lá.


Mas voltando a entrevista com Marcelo Portugal Gouvêa, quando encerramos a conversa, ele fez questão de mostrar o projeto de como seria o estádio do Morumbi para alguns anos. Estádio esse que seria o da Copa do Mundo se não fosse a arrogância, prepotência e falta de humildade do presidente atual.


Saímos de lá satisfeitos, felizes e com a promessa de levar uma revista para ele quando estivesse pronta. Infelizmente não deu para ser entregue, pois meses depois daquela entrevista, Gouvêa veio a falecer. Ele morreu um dia antes do penúltimo jogo do Brasileirão contra o Fluminense, que poderia nos dar o título antecipado.


Eu e o Diego estávamos no jogo, além da Talita e do Leandro. Antes de começar o jogo, houve um minuto de silêncio e quando olhamos a placa para saber que tinha falecido, ficamos surpresos com o nome que vimos lá. Marcelo Portugal Gouvêa.


Foi uma pena não temos entregado a revista para ele. Mas pelo menos para mim, ficou uma lição que no meio do futebol existem pessoas solicitadas com universitários. Gouvêa foi simples, humilde e simpático. Não sei se Juvenal Juvêncio seria do mesmo jeito. Aliás, não sei nem se ele iria receber a gente.

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