terça-feira, 11 de outubro de 2011
Dois pesos e duas medidas
Sei que o assunto já é antigo, porém, não poderia deixar de falar do caso Rafinha Bastos (CQC e A LIGA). Ontem, mais uma vez outro repórter do programa, no caso Oscar Filho, ficou na bancada em substituição do Rafinha. A primeira havia sido Mônica Iozzi.
Rafinha foi suspenso temporariamente do CQC foi vez uma piada, que por sim de mau gosto. Falou que comeria a Wanessa Camargo e o filho dela (que ainda não nasceu). Na hora todos acharam graça. Plateia, seus colegas de bancada, Marcelo Tas e Marco Luque, inclusive eu e todos que estavam assistindo em suas casas. Afinal de contas, Bastos é humorista. Uma coisa não justifica a outra e ele não deveria ter falado o que falou.
Tudo ficaria pelo disse e não disse, se o ex-jogador Ronaldo não repudiasse as declarações de Rafinha. Para quem não sabe, Ronaldo é sócio de Marcus Buaiz, marido de Wanessa e pelo que eu li, os dois colocaram patrocinadores no programa. Logo, se a direção do CQC ou da BAND não tomassem providências, eles retirariam esses patrocinadores. Enfim, deu no que deu. Rafinha suspenso.
Li humorista defendendo Rafinha e dizendo que o Chico Anísio em seus tempos áureos, fazia as mesmas piadas que um dos apresentadores do CQC faz, porém, ele estava travestido de algum personagem.
Mas o real motivo do título não é apenas a polêmica que envolve o Rafinha, mas sim, a medida que a direção da BAND tomou contra ele. Não sei se vocês se lembram do caso do jornalista Bóris Casoy em janeiro de 2010. Enfim, o apresentador do Jornal da Band ofendeu os garis, quando eles desejam um ótimo ano para a população. Aqui reprodução a frase infeliz do apresentador: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".
Todos ficaram indignados, mas Boris pediu desculpas e tudo ficou por isso mesmo.
Agora eu pergunto: Ofender uma classe que trabalha de domingo a domingo, colhendo os lixos e porcarias que deixamos nas ruas. Uma classe trabalhista que ganha uma merda de salário. Isso pode falar que não acontece nada, agora fazer uma piada infeliz não pode?
Como já disse, não defendo o Rafinha, ele foi infeliz. Mas porque a Band não suspendeu o Bóris também? Este foi literalmente o caso de dois pesos e duas medidas.
Debatendo com um amigo meu sobre o episódio, ele disse uma coisa certa: "Zé, o pessoal contratou o Rafinha e os outros, sabendo que eles são humoristas. Ele não deveria falar o que falou, mas não era para ter tanto ibope como teve".
Rafinha está pagando pelo erro que fez. Agora se eu fosse ele, sentaria com a direção do CQC e da Band e pediria dispensa do programa, ficando só apresentando A LIGA. Pois o programa no qual ele é âncora, dá Ibope e ao menos é gravado, ou seja, não corre risco de falar alguma bobagem no ar. Agora imagine se ele voltar para a bancada do CQC. Será que ele já não vai com aviso de maneirar nas piadas? Certamente ele será podado e creio que nenhum humorista quer.
O CQC já deveria ter puxado o freio do Rafinha em outras piadas. Lembra que ele teve que pedir desculpas para a apresentadora Daniele Albuquerque pode tê-la chamado de CADELA? Então, se a direção o tivesse chamado (não sei se fez) neste momento, as coisas não teriam saído do controle.
Enfim, que isso sirva de lição para Rafinha Bastos e também para qualquer outro apresentador. E que se acontecer ofensas a qualquer pessoa, classe trabalhista, que a direção da Band suspenda o autor da ofensa. O que não pode é ter dois pesos e duas medidas.
Em tempo: Rafinha Bastos pediu demissão na Band.
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